O Natal, época de alegria e de paz!

A Sociedade em que vivemos é uma sociedade extremamente consumidora, extremamente apegada aos bens materiais, uma sociedade que conseguiu modificar o sentido e a razão de uma época tão especial como o Natal.

Nesta época vêem-se os adultos atarefadíssimos a comprar prendas para “a” e para “b” e sem esquecer o “c” e o “y”, vêem-se pessoas a invadirem os hipermercados para comprarem tudo o que precisam de oferecer, prendas muitas vezes pouco personalizadas. E eu pergunto-me onde está aquele espírito de alegria e de paz que supostamente deveria haver? É praticamente impossível que alguém no meio de tanto stress, no meio de tanto materialismo consiga realmente encontrar essa alegria, essa paz. Mas mesmo no meio de tanto stress muita gente, mesmo que não se sinta feliz, põe um sorriso na cara e sai para a rua, como se tudo lhe corresse às mil maravilhas. Sorri e cumprimenta a amiga, o vizinho e até o colega de trabalho que odeia. Mas para quê fazer isso? Para quê tanta felicidade? Porquê celebrar o nascimento de Jesus, muitos nem sabem a razão do Natal, muitos não acreditam, muitos sorriem, muitos esquecem as zangas, tudo por ser Natal.

Se não acreditam, se não sabem a razão pela qual se festeja o Natal então por que é que o festejam? Porque em todas as televisões se fala desta época, época de dar e receber, o dar e receber prendas que representa o nosso amor por alguém, amor que muitas vezes não existe. Todos os dias, desde meados de Outubro até 25 de Dezembro, milhares de crianças vêem nas televisões, nas revistas, nos catálogos publicitários milhões de anúncios de todo o tipo de brinquedos. Depois esses milhares de crianças pedem aos pais a boneca “x” ou o carinho “y”, tudo porque desde bebés foram habituados a receber prendas na noite de 24 de Dezembro, véspera de Natal. Provavelmente nenhuma deles sabe o porquê de tal coisa.

A véspera de Natal e o próprio dia são dias para estar com a família toda unida e esquecer todas as zangas, por isso o pai é livremente obrigado a sair de sua casa para ir para casa de uma tia onde reina a confusão; os tios vêm do norte ou do sul para estarem com a família e depois uma avó fica sozinha porque a casa da tia não tem condições. Depois toda a gente fica irritada porque preferia estar a fazer outra coisa qualquer e a suposta reunião familiar resume-se a almoçarem e jantarem todos juntos, no meio de pequenas discussões e do choro de algum primo que não gosta da sopa. No final de cada refeição as mães e as tias vão para a cozinha lavar a loiça e arrumar tudo, os pais e os tios sentam-se na sala a ver televisão, a avó faz-lhes companhia a dormir enquanto as crianças brincam com os seus novos brinquedos.

E eu pergunto-me então porque é que é que cada um não ficou em sua casa a festejar o seu suposto Natal sem se chatear? Porque é que o pai vai para casa da tia para a reunião Natalícia, se queria era estar em casa a trabalhar no computador? Porque é que o tio veio do norte ou do sul para o centro, se estava muito melhor na casa dele? Tudo isto porque é Natal, tudo porque no Natal devemos fazer sacrifícios por aqueles que gostamos, mas no final irritamo-nos todos e o tal ambiente de alegria e paz torna-se num ambiente pesado. Onde está a suposta conversa à volta da lareira? Onde estão os supostos cânticos de Natal à roda da árvore? Onde está o verdadeiro espírito de Natal? Quando é que vai acabar esta falsidade, a que se chama Natal?